segunda-feira, 4 de junho de 2007

Começando no mundo VLF (Very Low Frequency)

Esta semana estarei postando uma série de tópicos a respeito dos meus experimentos com VLF (Very Low Frequency). A coisa toda começo da montagem de um projeto que não saía da minha cabeça desde os 13 anos de idade e que só consegui realizar no final do ano passado. Mal sabia eu que estava prestes a entrar em um mundo fascinante e “mais sério” do que eu poderia imaginar.

Para quem travou seus primeiros contatos com a Eletrônica nos anos 80, seja profissionalmente ou por hobby, deve lembrar das famosas revistas “Divirta-se com a Eletrônica”, trabalho do recentemente falecido Professor Beda Marques. Lembro que um amigo me emprestava suas revistas e eu passava semanas revirando sucatas atrás dos componentes para montar alguma coisa.

Em um dos números o projeto de um “Receptor MBF” (Muito Baixa Freqüência). A possibilidade de captar fenômenos atmosféricos e “sinais estranhos” (na época minha fase ufológica estava a toda) me fascinou profundamente. Porém o projeto estava além das minhas possibilidades e habilidades. Construir uma enorme antena de quadro com centenas de espiras de fio não era nem fácil e nem barato. Nos anos que se seguiram de vez em quando eu pensava naquele projeto... já tinha mais recursos e a habilidade necessária, o que eu não tinha era tempo.

Felizmente hoje consigo reservar algum tempo para me divertir com a eletrônica. Um dos primeiros projetos dessa nova fazer foi um receptor MBF! Parti da idéia inicial, mas com uma série de modificações. Já não era aquele mesmo projeto, mas, como se diz na nomenclatura internacional, um receptor para a faixa de freqüências muito baixas - VLF.



Esta é primeira versão: uma bobina com 200 espiras com +/- 1 metro de diâmetro. O amplificador foi baseado em um LM386.

Não demorou para que eu percebesse que o hum noise (o ruído de 60 Hz produzido pela rede elétrica e suas harmônicas) era uma praga para os que desejavam caçar sinais nessa faixa de freqüência. Assim só pude escutar meus primeiros spherics (descargas elétricas na atmosfera) com clareza quando me distancie um 10 Km da cidade e fui até o Capão da Onça. Lá o som era claro como um rádio FM!

Comecei minhas pesquisas mais aprofundadas sobre o assunto na Grande Rede e entrei em contato com alguns pesquisadores estrangeiros por e-mail pedindo aconselhamentos. Disso resultou a segunda versão da minha antena, agora desmontável para que eu pudesse acomodar melhor no carro e fiz minha primeira expedição.

Segunda versão da antena VLF, agora com novo suporte!

Acampei na região dos Alagados e não só pude ouvir os spherics, mas também os tweeks (descargas atmosféricas que, devido às diferentes condições de propagação da Ionosfera durante a noite produzem um pequeno delay, soando como que uma nota musical).

Receptor VLF baseado no LM386, conectado em um gravador digital para gravações em campo.


Foto da primeira "expedição".

A partir daí comecei a mostrar meus resultados iniciais a outros aficionados no assunto (nos EUA, na Austrália e na Europa).

Na próxima postagem vou continuar a descrever a minha “saga” à caça de sinais.

Um comentário:

Anônimo disse...

Obrigado por Blog intiresny